terça-feira, 14 de junho de 2011

Ciúme é um sentimento comum a todas as mulheres, diz vidente


Se o ciúmes é um monstro de olhos verdes como dizem por aí eu não sei, mas que ele aterroriza e machuca as pessoas, eu posso confirmar.


As mulheres, principalmente, se mostram muito sensíveis às investidas do monstrengo que, emergindo sorrateiro das profundezas, as faz sentirem-se fracas e carentes. Quantas, ao me consultarem, quase afirmam: "Mas ele tem outra, não é?" Na maioria das vezes, eu olho, procuro, aguço minha percepção esotérica ao máximo e só vejo um sujeito, em geral boa gente, cuidando de sua própria vida, trabalhando, lendo o jornal, tomando um chopinho com os colegas, vendo o jogo na TV, com mulher bem longe do pensamento.

E a mulher ali, procurando, cavoucando, inferindo, cheirando, toda tensa atrás das aventuras mirabolantes que estão muito longe do interesse, da vontade, da capacidade de motivação dele.

Tenho lidado muitas vezes com amantes e namoradas imaginárias, com ex-mulheres que parecem se constituir numa ameaça perene de retorno, com amigas em comum que acabam despertando desconfiança atroz.

A partir dessas vivências acabei por perceber que essa aflição, esse ciúme sem fim, é comum a todas as mulheres, que têm necessidade de cuidar de seus pares "de perto", e se sentem perdidas quando não conseguem localizar o amado assim que bate a insegurança.

Há alguns anos, numa época de Natal, uma cliente minha chegou em prantos, amassando um cartão de boas-festas raivosamente. Muito nervosa explodiu: "Meu marido tem uma outra! E ela me mandou um cartão! Veja... está escrito: Feliz Natal, deseja o seu coveiro..." Fiquei aturdida. "Coveiro?", perguntei. Fui confirmar, com olho de professora, muitos anos decifrando as mais diferentes letras. E ali estava escrito: "Feliz Natal, deseja o seu carteiro..."

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