Naquela festinha de aniversário de criança, não me lembro de quem, estava a menininha que me fez pensar por todos esses anos no que, então, presenciei.
Ela não tinha mais do que dois anos e meio, era loira e gordinha, mal se segurando sobre as perninhas que treinavam um andar mais firme e falava balbuciando alguns sons e formando as primeiras frases. Fora do alcance do olhar da mãe, ela bebia, segurando com suas mãos brancas e miúdas, dos copos e latinhas, que tinham restos de cerveja.
Passei a observá-la e percebi que ela evitava os copos de refrigerante experimentando-os num pequeno gole e deixando-os rapidamente de lado, para tomar apenas aqueles que continham álcool. Fiquei por longo tempo perto dela, até perceber que a escolha não era por acaso: ela queria mesmo a cerveja.
De repente a mãe apareceu à sua procura e tirou de suas mãos o copo do qual ela bebia. A crise de choro e a birra que se mostraram em seguida eram tão fora de propósito para a idade dela, quanto o seu interesse pela bebida alcoólica.
Pareceu-me muito estranho que uma criança de tão pouca idade tivesse necessidade de consumir bebida alcoólica. Só encontro uma explicação, que sem dúvida é espiritual. Provavelmente essa criança trazia dentro dela um espírito que tinha fortes relações com essa substância e que já nasceu com a necessidade de se embriagar.
Penso quantos de nós começamos nossa trajetória na Terra trazendo sérias necessidades, que precisarão ser acompanhadas por toda a vida.
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