quarta-feira, 6 de maio de 2015

Ex-Big Brother critica polêmica sobre anúncio de emagrecedor

A inglesa Katie Hopkins criticou campanha que tentava vetar propaganda de suplemento alimentar

atualizado às 11h14
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Um anúncio de suplementos alimentares tem gerado polêmica entre usuários do transporte público de Londres , adeptos de redes sociais e uma ex-participante do Big Brother inglês. O motivo é a propaganda da nova linha emagrecedora da Protein World, que  espalhou por vários pontos da capital da Inglaterra uma imagem da modelo Renee Somerfield de biquíni com a frase Are You Beach Body Ready? (Você está com o corpo pronto para a praia?, em português).
 Foto: Twitter / Reprodução
Uma petição online já foi assinada por mais de 45 mil pessoas pedindo a retirada do anúncio de vários pontos de Londres
Foto: Twitter / Reprodução
Imadiatamente após a publicação, as pessoas começaram uma enxurrada de críticas nas redes sociais dizendo que, independente da forma física, todas as pessoas estão preparadas para ir à praia. A movimentação deu origem a uma petição online pedindo a retirada do anúncio que já foi assinada por mais de 45 mil pessoas. Além disso, a hashtag #everybodysready (#todomundoestápronto) ganhou o Twitter e tem sido espalhada por Londres. Os críticos também depredaram e riscaram a imagem.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Véspera de eleição atrai público para peças teatrais politizadas em Londres


atualizado às 15h12
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Quando o entrevistador de celebridades Jeremy Paxman é visto na plateia de uma peça de teatro na qual a atriz Judi Dench só faz uma ponta, é sinal de que algo incomum está acontecendo nos palcos de Londres: a política se tornou a estrela do espetáculo.
Peças com temas políticos como "The Vote", "Dead Sheep" e uma reencenação de "The Audience", que mostra a rainha Elizabeth no trato com ex-primeiros-ministros, estão atraindo grandes plateias às vésperas da eleição nacional britânica mais incerta em décadas.
Menos de uma semana antes da votação de 7 de maio, as pesquisas de opinião revelam que os Conservadores do premiê David Cameron e os opositores Trabalhistas estão empatados, com um aumento súbito no apoio ao nacionalismo escocês para complicar o quadro.
"The Vote", comédia de bastidores passada em uma sessão eleitoral com um elenco de mais de 40 pessoas --incluindo Judi, que surge nos 15 minutos finais-- é um dos ingressos mais procurados da cidade.
A peça alcançará uma plateia ainda maior quando for transmitida em rede nacional de televisão na noite da eleição, e seu final alucinado deve coincidir com o fechamento das urnas.
“Acho que muitas pessoas pensam que o teatro, especialmente o teatro político, não é para elas, parece muito altivo e sério e austero”, disse o dramaturgo James Graham à Reuters em uma entrevista.
Outras peças dissecam o processo político e as entranhas do governo.
"Dead Sheep" exibe a queda de Margaret Thatcher na esteira de um famoso discurso de seu supostamente subserviente vice-primeiro-ministro, Geoffrey Howe, na Câmara dos Comuns, cuja contundência foi descrita por um adversário como “semelhante a ser atacado por um carneiro morto”.
Na produção do apresentador de TV e dramaturgo estreante Jonathan Maitland, Thatcher é interpretada por um ator, Steve Nallon. Foi dito da ex-premiê que ela era “o melhor homem do gabinete”, mas Maitland garante que não foi isso que o motivou a escalar Nallon para o papel.
Seu nível de conhecimento da personagem permite a Nallon, e à peça de Maitland, oferecer o que ele disse ser uma dimensão adicional da experiência política: mostrar o que acontece nos bastidores.
“Acho que o palco consegue mostrar uma verdade instigante, poderosa e divertida que amplifica o que se vê nos jornais e se ouve no rádio”, opinou Maitland.
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segunda-feira, 4 de maio de 2015

Em 'Cake', Jennifer Aniston enfrenta um calvário no papel de mulher

Ela tem momentos muito fortes e que vão surpreender seu público em Cake - Uma Razão para Viver. Aos 46 anos, Jennifer Aniston sentiu que não poderia mais ficar fazendo indefinidamente a heroína romântica de comédias. E resolveu arriscar. Além de interpretar, ela coproduz o filme que estreou na quinta-feira, 30, dirigido pelo pouco conhecido Daniel Barnz. É uma personagem difícil, que se torna dependente de drogas por causa das dores físicas que sente. Jennifer não passa somente a impressão de acabada. Move-se com lentidão e os olhos e a boca crispam-se para expressar os momentos dolorosos. Mas ela não exagera. É uma atuação interiorizada, muito boa. Não por acaso, Jen - como a chamam os norte-americanos - foi indicada para o Globo de Ouro, o prêmio do Actors Guild, o Oscar. Não levou nenhum, mas a crítica dos EUA cravou - disse que se trata da atuação que resume uma vida. A lifetime.
Jen nasceu em Sherman Oaks, na Califórnia, em 11 de fevereiro de 1969. Em 1990, aos 21 anos, resolveu tentar a sorte na TV. Conseguiu alguns papéis em séries de TV e até filmes, mas não dava sorte. Os filmes não aconteciam, as séries eram canceladas. E foi aí que ela fez teste e foi aprovada para um seriado que fez história - Friends. O curioso é que Jen foi testada para fazer a personagem Monica, mas na última hora os produtores decidiram que ela seria mais adequada como Rachel. Courteney Cox fez Monica, o penteado de Rachel virou o mais copiado pelas mulheres da América, os índices de audiência estouraram e até hoje, em algum lugar do mundo, os velhos episódios estão sempre sendo reprisados. Não apenas Jennifer nem Courteney. David Schwimmer, Matt Le Blanc, Matthew Perry e Lisa Kudrow, todos ficaram famosos, mas Jen ficou ainda mais.
Ganhou prêmios - Emmy, Globo de Ouro e o Actors Guild Award. Emendou filmes - A Razão do Meu Afeto, Como Enlouquecer Seu Chefe, Todo-poderoso, Quero Ficar com Polly, Amigas com Dinheiro, Dizem por Aí, Separados pelo Casamento, Marley & Eu, O Amor Acontece, etc.
Em 2007, foi listada pela Forbes como uma das dez mulheres mais ricas do show biz, com um patrimônio estimado de US$ 110 milhões. Ficou atrás de Oprah Winfrey, JK Rowling e Madonna, mas à frente de Christina Aguilera e das gêmeas Olsen. Dinheiro, sucesso, beleza, tudo isso ajudou, claro, mas o que tornou Jen mais próxima das mulheres norte-americanas foi seu romance com Brad Pitt. Quer dizer, o fato de haver sido dispensada por ele, que ficou com Angelina Jolie. Ambos formavam o casal 20, e de repente o castelo de Cinderela ruiu. O mais interessante é que a imprensa de celebridades dos EUA segue tecendo histórias sobre isso. No fundo, Brad nunca deixou de amar Jen e vive telefonando para ela, ou se encontrando às escondidas, para desespero de Angelina. Pode até parecer ridículo, mas a aparente dificuldade/infelicidade dos astros e estrelas os humaniza e aproxima do comum dos mortais.
Atriz & diretora. Você sabia? Jen dirigiu um curta elogiado, Room 10, com Robin Wright (ex-Penn) e Kris Kristofferson. Em 2009, festejou seus 40 anos aparecendo nua na revista GQ. “Sinto-me mais saudável e em paz com minha mente e corpo, muito melhor do que quando tinha 20 ou 30 anos.” Pode ser verdade, mas nos últimos anos Jennifer anunciou várias vezes que ia se casar, ter filhos. Os casamentos foram sendo desmarcados em cima da hora. O filho, aparentemente, ficou para trás, ultrapassado pelo relógio biológico. Resta a carreira. O reconhecimento como atriz dramática. Ele veio com Cake. A lifetime. No Oscar, quando seu nome foi anunciado entre as indicadas, Jennifer fez uma cara marota. Sabia que não ia ganhar - todos os indicadores apontavam para Julianne Moore, e ela ganhou por Para Sempre Alice. Jennifer estava lá pro forma. Sabia disso. Mas o aplauso dos colegas foi sincero. No fundo, ela, como Marion Cotillard (pelos irmãos Dardenne, Dois Dias e Uma Noite), poderia ganhar e ninguém iria reclamar.
No filme, uma colega de terapia se mata e Jennifer, que se chama Claire, irrompe na vida do ex-marido dela, Sam Worthington. O cara não consegue nem se ajudar, que dirá ajudá-la. O tom depressivo, os ressentimentos e até o humor, como quando Claire atravessa a fronteira para comprar medicamentos sem receitas no México (e tem ajuda da doméstica, interpretada por Adriana Barraza, concorreu ao Oscar por Babel), tudo isso deixa muito Cake com cara e receituário de produção indie. É bom, mas convém não superestimar. Excepcional mesmo só a atriz. Jennifer Aniston, in a lifetime performance.

domingo, 3 de maio de 2015

Vai morar junto?

Nem sempre a afinidade entre duas pessoas cabe em um apartamento

Diálogos 49 -  Ivan Martins (Foto: Mauricio Planel)

Li na coluna do Bruno Astuto que Camila Pitanga está morando com o namorado, cujo nome a inveja me fez esquecer. Desejo sorte a eles. Esse negócio de viver junto, sobretudo quando se tem filho, como ela tem, é um desafio. Mais de uma relação promissora naufragou nas rochas da rotina. Se você dorme e acorda com a mesma pessoa todos os dias, e briga para decidir quem vai lavar a louça ou fazer supermercado, cresce o risco de que o romance perca a graça. Mesmo se for com a Camila Pitanga.

Gente legal que eu conheço tem optado por viver em casas separadas. Você com os seus filhos lá. Eu com os meus cá. De vez em quando a gente se junta. Quando o estresse entre crianças ou adultos crescer, cada um retorna ao seu espaço. Dizem que é uma fórmula mais tranquila do que reunir todas as partes e todos os problemas no mesmo espaço, durante todo o tempo. Faz sentido.

Mesmo para quem não tem filhos, as casas separadas podem ser uma solução. Nem sempre a afinidade entre duas pessoas cabe nos 60 metros quadrados de um apartamento padrão. Os gostos são diferentes, os hábitos são outros. Alguns detestam TV, outros odeiam música alta. Muitos de nós têm necessidade de estar sozinhos. Dormir  a dois é bom, mas precisa ser todos os dias? Não.

Digo isso com a autoridade de quem prefere o convívio diário. Adoro uma mulher de óculos lendo ao meu lado na hora de dormir. Adoro os pés descalços dela no meu colo enquanto vemos TV. Adoro a banalização da sua nudez, a presença macia e cheirosa se espalhando pela casa e pela vida. Ao longo de diferentes relacionamentos, isso nunca constituiu um problema. Sou dos que gostam de morar junto.

Ainda mais do que eu, há gente que não admite o amor se ele não toma a forma de um endereço comum; percebe como rejeição a recusa em dar esse passo, que considera natural. “Se não quer morar comigo não me ama. Ou, pior, está querendo fazer coisas em paralelo.” Eu não acho que seja assim. Sei que as pessoas podem amar e não querer viver na mesma casa. Há que entender as necessidades de cada um. E respeitar seu tempo.

Muitos homens se sentem incomodados pelos controles que a coabitação impõe. Muitas mulheres gostariam de ter um espaço apenas delas. Chegar em casa, tomar um banho e abrir a geladeira sem ser perturbado pode ser uma sensação deliciosa – desde que, por trás dela, não haja um sentimento opressivo de solidão. Quando se sabe que amanhã alguém que a gente ama vai passar pela porta, estar sozinho pode ser a melhor coisa do mundo.

Viver um longo amor em endereços diferentes continua incomum, porém. O grande exemplo ainda é um casal que se desfez em 1980, quando o filósofo, escritor e ativista francês Jean-Paul Sartre morreu. Sua mulher de toda a vida, a escritora Simone de Beauvoir, partiria seis anos depois. Por 52 anos eles dividiram tudo, exceto o endereço.

Simone e Sartre viraram uma referência chique para quem acredita que um grande amor não tem de ser vivido de forma convencional. Eles nunca tiveram filhos, porém. Por isso, prefiro o exemplo concreto dos meus amigos que têm filhos e escolheram viver em casas separadas. Eles são parte de uma suave revolução que cresce à nossa volta. Abrem caminhos que outros de nós poderemos trilhar no futuro.